Mais de 4 mil reações, quase 2 mil compartilhamentos e 100 mil pessoas alcançadas. Essas foram as marcas da campanha lançada pela Conatec nas redes sociais em favor do zelador José Afonso Pinheiro, que foi demitido, no dia 7 de abril, do condomínio Solaris, em Guarujá, após prestar depoimento afirmando ter visto o ex-presidente Lula no tríplex localizado no edifício onde ele trabalhava.
As mensagens de solidariedade ao zelador chegaram de todos as partes do Brasil. Comentários como: “ Sr.José Afonso, parabéns! O sr. merece aplausos de pé devido sua coragem e lealdade com a Justiça” e: “Sujeito de caráter, parabéns”, lotaram a publicação feita pela Conatec no Facebook.
Em muitos comentários, o público também demostrou insatisfação com a injustiça cometida contra o trabalhador e a postagem abriu espaço para um debate salutar sobre o atual cenário político do Brasil.
Segundo o presidente da Conatec, Paulo Ferrari, a campanha lançada em prol do trabalhador foi uma forma encontrada pela confederação para atingir todos os públicos de interesse. “ Sabemos que o Facebook hoje é uma ferramenta poderosa para atingir as massas. Decidimos lançar a campanha e o retorno foi bem positivo”, enfatizou Ferrari.
Entenda o caso
A demissão de José Afonso Pinheiro ocorreu após ele ter prestado depoimento ao Ministério Público, no ano passado, quando disse ter visto o ex-presidente Lula no tríplex localizado no edifício onde ele trabalhava. O zelador, que há mais de 20 anos atua na categoria, assegurou que foi ameaçado e não tem dúvidas que a demissão tenha motivações políticas.
"Certeza que tem a ver com o depoimento que prestei. Depois que falei ao promotor, o pessoal da OAS tentou me constranger, dizendo que tava falando mentira, que tinha falado demais. O síndico me mandou não falar mais nada, se não perderia o emprego. Esperaram a poeira baixar e se livraram de mim, a corda sempre estoura para o mais fraco", disse ele.
De acordo com o Presidente da Conatec, a conduta abusiva do condomínio traz graves consequências ao trabalhador, pois, além de tirar o meio de subsistência dele e de sua família, ainda ocasiona sofrimento em razão do ato de retaliação sofrido.
“Estamos prestando nosso total apoio ao trabalhador diante dessa situação traumática. A demissão constitui agressão à moral da pessoa humana, que compareceu ao Ministério Público para prestar depoimento. Somos favoráveis ao combate à corrupção e não iremos aceitar que um trabalhador seja penalizado por falar a verdade e contribuir com um processo que pode mudar os rumos do nosso País”, assegurou Ferrari.
Fonte: CONATEC - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Edifícios e Condomínios