(Foto: Wilson Dias / Agência Brasil)
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,8% no trimestre encerrado em julho deste ano, o menor índice desde dezembro de 2014, quando a taxa foi de 6,6%. Esse é também o menor valor para um trimestre encerrado em julho desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A redução da taxa de desemprego foi impulsionada tanto pela queda na população desocupada, que recuou 9,5% em relação ao trimestre anterior, quanto pelo aumento no número de pessoas ocupadas, que alcançou 102 milhões, o maior patamar para o período desde o início da série histórica.
O número de desocupados, ou seja, aqueles que procuram emprego, atingiu 7,4 milhões de pessoas, o menor número registrado para o trimestre encerrado em julho. Em relação ao mesmo período do ano passado, a queda foi de 12,8%.
A população ocupada, que representa as pessoas que estão trabalhando, registrou um crescimento de 1,2% no trimestre e 2,7% no ano, o que se traduz em 1,2 milhão e 2,7 milhões de novos trabalhadores, respectivamente. Esse aumento elevou o nível de ocupação para 57,9%, acima dos 57,3% do trimestre anterior e dos 56,9% registrados no ano passado.
O IBGE destacou que parte da criação de postos de trabalho ocorreu no setor informal, que abrange 39,45 milhões de pessoas, o segundo maior número da série histórica. Ainda assim, a participação da informalidade no total de trabalhadores ocupados foi menor em comparação com períodos anteriores, indicando que a maior parte dos novos empregos foi formal, com destaque para empregos públicos, ocupações no setor privado com carteira assinada e trabalhadores autônomos com registro de CNPJ.
Segundo a pesquisadora do IBGE Adriana Beringuy, a formalização no mercado de trabalho reflete uma melhora na qualidade do emprego no país. “A carteira assinada proporciona direitos e prerrogativas ao trabalhador, enquanto o registro como autônomo ou empregador com CNPJ oferece melhores condições de atuação no mercado”, explicou.
No período, os setores que mais geraram empregos foram administração pública, saúde e educação, com um crescimento de 3,2%, e o comércio, que registrou uma alta de 1,9%. Nenhum setor apresentou perda significativa de postos de trabalho.
Adriana Beringuy atribui a melhora do mercado de trabalho ao aumento da renda dos trabalhadores, que, embora tenha se mantido estável entre abril e julho, subiu 4,8% em relação ao ano passado, alcançando uma média de R$ 3.206. Esse aumento de renda impulsionou o consumo, o que, por sua vez, elevou a demanda por mão de obra.
A massa de rendimento real habitual, que representa o total de salários pagos, cresceu 7,9% no ano, atingindo R$ 322,4 bilhões, e aumentou 1,9% no trimestre, acompanhando o crescimento do número de ocupados.
A população subutilizada, que inclui aqueles que estão desocupados ou que poderiam trabalhar mais do que trabalham, caiu para 18,7 milhões de pessoas, o menor patamar desde dezembro de 2015. Já a população desalentada, composta por pessoas que desistiram de procurar emprego, recuou para 3,2 milhões, o menor número desde junho de 2016.
*Com informações da Agência Brasil