A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Edifícios e Condomínios (CONATEC) enviou um ofício ao Deputado Luiz Carlos Motta, membro da Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, solicitando uma audiência pública para discutir a preocupante perda de postos de trabalho ocasionada pela automação desregrada. A entidade sindical busca melhores condições de trabalho para a categoria que representa e expressa sua preocupação em relação à falta de regulamentação do uso das novas tecnologias no ambiente de trabalho.
Segundo a Conatec, a automação desenfreada tem afetado diretamente os trabalhadores, principalmente aqueles que atuam nas portarias de edifícios e condomínios. A substituição desses profissionais por sistemas eletrônicos, como as chamadas "portarias virtuais", tem gerado impactos negativos tanto para os trabalhadores quanto para os condôminos.
Paulo Ferrari, presidente da Conatec, ressalta que muitos trabalhadores em portarias são pessoas idosas, com baixa instrução formal, e encontram dificuldades para se reinserir no mercado de trabalho ao perderem seus empregos. Além disso, a ausência desses profissionais deixa os condôminos desamparados em situações de emergência e sem um ponto de contato para recebimento de encomendas.
Diante dessa realidade preocupante, a Conatec propõe medidas para proteger os trabalhadores, como a regulamentação da profissão de porteiro e a ampliação da Classificação Brasileira de Operações (CBO) e do Cadastro Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) para incluir as novas modalidades de exercício da profissão. A entidade sindical argumenta que essa situação também gera problemas para a representação coletiva dos trabalhadores.
A Confederação solicitou ao deputado que apresente um requerimento de audiência pública para tratar do tema proposto, com a participação de representantes de diversas entidades sindicais, do Tribunal Superior do Trabalho e do Ministério do Trabalho e Emprego.
“A discussão sobre a perda de postos de trabalho decorrente da automação é de extrema importância, pois afeta diretamente a vida dos trabalhadores e demanda a implementação de políticas e regulamentações que garantam a proteção desses profissionais diante dos avanços tecnológicos”, avalia Ferrari.
Fonte: CONATEC